Saudades de correr com vocês!

De todas as fases preparatórias em que eu tive o compromisso de estar 100% focado na administração do F1BC e, portanto, fora das chances de pilotar, é nesta pré-temporada 2016/2 onde sem dúvidas mais fiquei com vontade de correr.

Por Rodrigo Wizard

Quem lembrar da Pesquisa F1BC, quando perguntamos sobre qual o mais importante ponto para se interessar em um campeonato, vai lembrar que uma das opções era o carro utilizado. Foi uma das opções mais votadas, é verdade. E confesso que eu mesmo, hoje, me deixaria levar por este ponto como um dos pilares de motivação para uma eventual campanha em busca do título.

Isso porque os carros que serão utilizados na temporada 2016/2 no F1BC são muito, muito bons. Tudo o que tive o privilégio de testar foi muito proveitoso e prazeroso. Desde os DTM da Touring Pro (mais rápidos que já vi), passando pelos WTCC da Touring Light – mais estáveis e equalizados -, chegando nos GT3 da International Pro com muitos modelos e um jogo de escolha pra lá de interessante antes de o campeonato começar, e finalizando nos BMW E90 da International Light, que chegaram por último, e exigem um tipo de tocada único com tração traseira, setup mais fechado e uma frente solta que frita os pneus mas permite excelentes retomadas.

Claro que não deixaria de citar os carros originais dos simuladores, sempre com nota alta. É que nos casos de National Pro e National Light meu apreço não é principalmente pelos carros, mas sim pela competitividade. Onde já se viu? Na National Pro, foram 7 vencedores distintos nas 7 provas da temporada anterior, e na Light ficaram uns 8 pilotos com chances reais de título na prova derradeira. Eu participaria.

No caso da Formula Pro, foram 6 vencedores diferentes em 7 provas, e na Formula Light, cujo carro gosto tanto quando os F-1, os novos pilotos que estão chegando parecem apresentar um nivelamento que garantirá a competitividade. Mesmo com os sábados sendo cruéis para se usar para competir, eu não descartaria estas possibilidades.

No iRacing, o que mais gostei foi o F-Renault. Este carro me lembra os melhores monopostos de aprendizado que o F1BC já usou, e espero que os pilotos experientes olhem este como um potencial bólido para um certame competitivo – embora tenha sido uma decisão mais comercial e menos pensada em escada de evolução do iRacing em fazê-lo dentro de uma série com custos sobre os circuitos. O novo Mazda MX5 e as equalizações nos GT3 com Audi e Mercedes são igualmente bons, mas não exatamente novidades. Porém o equilíbrio destas competições pode ser enorme – se o Rodrigo Barônio não treinar, não é mesmo?

Correria até nas Indy, mas esta é uma história toda particular minha, pela história que já tive nestas categorias. E fico muito feliz em ver esta modalidade voltar a crescer no clube, até mesmo com o retorno de grandes feras com quem já dividi curvas no passado – alguns deles na Light, ainda com o conteúdo básico do iRacing. Voltem mesmo, e unam-se, pois a fase é boa!

O mais engraçado de tudo é que, de todas as categorias, a que teria alguma chance remota de aparecer na pista é aquela que não foi citada no texto: a Rallycross Pro, com os Lancer 4×4 em pistas de terra e asfalto combinados. Teria, porque lá o clima deve ser mais descontraído. Vai entender.

Seja pelo carro, competitividade, chances de vencer, possibilidade de horários ou qualidade do grid, as opções disponíveis são muito animadoras, e dá vontade de estar na pista. É como aquela festa em que você não pode estar, mas seus amigos estarão. Fica aquela velha frase: aproveitem por mim!

Rodrigo Steigmann é diretor do F1 Brasil Clube e do grupo F1 Brasil de mídias sociais. Jornalista com passagem por revistas e websites especializados em automobilismo, também já atuou em assessoria de imprensa para pilotos, equipes e marcas nas mais variadas categorias do esporte a motor nacionais e mundiais.