Viva la vida

Pezzolo,

Você provavelmente vai pensar que esta homenagem é “muito pobrinha”, eu sei. Afinal, você faz vídeos, e eu estou aqui escrevendo textos, essa coisa antiga e que não dá audiência. E no vídeo que eu fizer, tenho certeza que você vai achar que falta iluminação, e o sofá no fundo não combina, e eu não olho o tempo todo pra câmera, o que te irrita pacas.

Mas é por essas e outras que você é o melhor amigo que alguém poderia ter. É sincero em opinar, com propriedade e sempre querendo somar. Entende de tudo e sem dúvidas está um passo a frente de uma maioria que se prende a vaidades. Não tem frescuras, nem faz questão de ser VIP, e até uma cerveja na padaria rende altas risadas e planos para o futuro.

O futuro já não lhe pertence. Mas aos que tiveram suas vidas tocadas por sua passagem, sim. Minha homenagem a você será o meu trabalho e dedicação do dia a dia, em um projeto no qual você foi fundamental. Sua opinião sempre foi levada em consideração, e seus ensinamentos sempre serão lembrados.

A lembrança, esta é eterna. Dos eventos em Interlagos e no Anhembi – sim, a gente tomava chuva pra ver uma corrida (foto pouco ridícula). De batermos nas portas de candidatos a patrocinadores e perdermos o dia com balela dessa gente. De encontrarmos os amigos no bar e falarmos sobre o mundo do automobilismo. De treinarmos e sermos companheiros de equipe nas corridas. De desenvolvermos nossa equipe com tanta dedicação. De lhe abrir as portas para comentar uma corrida ao vivo, mesmo que não soubesse de nada do que estava acontecendo, simplesmente porque seu talento era maior do que isso, e sua presença já me ajudava.

Lembro de você, junto dos outros amigos de projetos de automobilismo, brincar comigo sobre eu ser o cara da turma que “deu certo”, por fazer o meu projeto ser rentável. Eu, querendo ou não, tenho de lidar com clientes. Você lidava com seus fãs. Quem deu certo na turma foi você, Pezzolo.

Cerra as cortinas para a vida. Ficam as saudades eternas.