Desafio Elas no Grid teve destaque durante o GP de Fórmula 1 em Interlagos

“Elas no Grid” selecionou três participantes que disputaram a final presencialmente

Por: Rodrigo Vicente

Em suas casas, espalhadas pelo Brasil, mulheres disputaram o “Elas no grid”, uma competição no F1 23 – jogo oficial da Fórmula 1 – e que utilizou a representação virtual da tradicional pista paulistana de Interlagos para definir as finalistas que concorreram a um par de ingressos para o Grande Prêmio de São Paulo de Fórmula 1.

Foram sete dias de intensa disputa online com competidoras nas plataformas PC, PlayStation e Xbox, tendo o desafio de anotar o melhor tempo na classificação e buscar a chance de assistir presencialmente a maior categoria do automobilismo mundial. Na semana da corrida, o resultado foi anunciado e as três mulheres mais velozes foram conhecidas.

Enquanto se preparavam para a disputa de quem seria a mais rápida, as finalistas Ana Júlia Escobar, Isabela Nantes e Rafaela Ferreira puderam acompanhar os carros da Fórmula 1 em ação na pista para treinos e classificação. No evento, elas tiveram a oportunidade de conversar com Bia Figueiredo, piloto da Copa Truck e com passagens na Fórmula Indy. Elas também conheceram a piloto de Fórmula 4 italiana Aurélia Nobels, de apenas 16 anos, e a piloto de testes da Aston Martin na Fórmula 1, a inglesa Jessica Hawkins.

Bia, que é a atual presidente da Comissão Feminina da Confederação Brasileira de Automobilismo, falou sobre a importância desse evento: “A gente criou esse campeonato nos simuladores para incentivar as mulheres no automobilismo virtual, no e-sports”. A piloto destacou também o seu esforço para ter mais mulheres no automobilismo: “Eu fui uma das idealizadoras do evento, mas nada disso seria possível sem a Porto, que há muitos anos estimula a presença feminina, com mecânicas, engenheiras, pilotos… Tem a Aurélia Nobels [patrocinada pela Porto] de apenas 16 anos e que está na Europa disputando a Fórmula 4 italiana e pode no futuro estar na Fórmula 1”, finalizou.

Pela primeira vez no Brasil, Jessica Hawkins – que foi dublê em filmes como 007 e Velozes & Furiosos –, reforçou a relevância de iniciativas como essa: “Não tenho dúvidas que no futuro teremos uma piloto na Fórmula 1. Estamos há alguns anos disso, mas um dia virá. Eu acredito muito nisso, principalmente após ser convidada para ser piloto de testes da Aston Martin”, salientou. A inglesa também chamou a atenção para a qualidade das mulheres na pilotagem de carros de corrida e completou: “Precisamos de mais mulheres quebrando essas barreiras. Com certeza todos esse trabalho duro valerá a pena um dia.”

Estimuladas pelas referências femininas, as competidoras tiveram dez minutos para tentar, simultaneamente, o tempo mais rápido a bordo de um carro de Fórmula 1 na representação virtual dos 4.309m do circuito de Interlagos. Sem qualquer ajuda na pilotagem, as finalistas foram desafiadas ao máximo em busca do prêmio principal: assistir à corrida no domingo.

Com o tempo anotado de 1:10.628, a campo-grandense Ana Júlia Escobar foi a vencedora. A competidora de 15 anos não deu chance para as adversárias Rafaela Ferreira, de Criciúma (SC), que anotou 1:13.654 e a representante de Cascavel (PR) Isabela Nantes, que fechou o pódio com volta anotada em 1:14.354.

Acompanhada do pai, a jovem campeã Ana Júlia comemorou a conquista: “Foi complicado! Eu não tinha como saber como estavam as minhas concorrentes. Fora que o simulador daqui é bastante diferente do que eu tenho em casa, mas eu dei o meu melhor e, no final, deu tudo certo”, celebrou a promessa que teve o privilégio de acompanhar pela primeira vez uma corrida de Fórmula 1 presencialmente.

Com troféus em mãos, entregues por Bia Figueiredo, e uma experiência inesquecível na mente, as competidoras celebraram o evento: “É muito importante trazer as mulheres para dentro [do autódromo]; para muitas de nós a Fórmula 1 é um sonho”, disse a segunda colocada Rafaela Ferreira, que também é piloto e acelera na Fórmula 4 Brasil – categoria que fez a preliminar durante o final de semana da Fórmula 1. Já Isabela Nantes destacou o impacto de ter exemplos: “A gente se espelha em quem a gente vê e se a gente não vê mulheres, não acredita que é possível”. O evento ajudou a mudar a percepção da terceira colocada: “Essa iniciativa nos trouxe essa possibilidade, de ver as mulheres que estão lá, que deram certo”, finalizou.

O F1BC Esports tem parcerias oficiais com BMW, MINI, Heineken, Realdrive, Grid Experience Club, CriaPubli, Curva7, M7Help, Amika, Elleven TV, F1 Mania, Aliança Contra Incêndio, e F1 Brasil.